terça-feira, 14 de julho de 2020

Agostinho Mandim Rafael (1956 - 1986)


Agostinho Mandim Rafael nasceu a 8 de junho de 1956, no Lugar de Carvalho da antiga freguesia de Nogueira.
Fascinado desde tenra idade pelos motores, dedicou de forma apaixonada toda a sua vida ao desporto motorizado, o qual acabaria por lhe ser fatal.
Devia ter à volta de 14 anos de idade, quando o pai lhe deu a sua primeira motorizada, uma Sachs Minor. Entusiasmado com a máquina, começou por proceder a alterações no design e no motor e depressa aprendeu a fazer cavalinhos e outras habilidades. Com o tempo, outras motorizadas se seguiram, mais potentes e mais bem preparadas. Tinha apenas 18 anos de idade, quando realizou a sua primeira corrida de motocross. Foi em 9 de novembro de 1974, em Paços de Brandão, tendo ficado classificado em 2.º lugar na sua manga e em 4.º lugar na classificação geral. Preocupados com a perigosidade a que o filho se expunha neste tipo de provas, logo que tirou a carta de condução, os pais ofereceram-lhe o seu primeiro automóvel. Era um Austin 1275 GT branco, com chassi rebaixado e carroçaria alargada, possuindo no seu interior um potente motor. Era sem dúvida um carro muito bonito, que fazia lembrar os protótipos das grandes marcas e que lhe permitia atingir velocidades acima dos 200 Km/h. Qualquer tunning da atualidade ficaria deliciado com esse carro. Mas nem isso foi suficiente para o demover da paixão do motocross. Metia a mota na minúscula mala do carro, amarrada com umas cordas, e lá ia ele para as provas.
Um ou dois anos depois Agostinho Rafael passa a dedicar-se ao Karting, um desporto, aparentemente, menos perigoso.
Adquire um Kart com um motor de 125 cm3, refrigerado a ar, passando a frequentar as pistas da especialidade. Era um piloto bastante rápido e regular, tendo ficado classificado em 4.º lugar na Taça de Portugal, em 1984. Dadas as suas características de condução, era conhecido no meio pelo Villeneuve português, por analogia com o malogrado piloto canadiano de fórmula 1, Gilles Villeneuve, falecido em 1982.
No dia 22 de junho de 1986, disputou num circuito delineado numa fábrica de cereais, na Trofa, aquela que viria a ser a sua última corrida. O acidente ocorreu pouco depois de ter sido dado a partida para a Categoria Livre 125, tendo os pilotos percorrido uns escassos duzentos metros e estando praticamente colados entre si. Agostinho Rafael embateu no Kart do piloto que ia à sua frente, levando o seu Kart a elevar-se de traseira e projetando o piloto contra um pilar em betão que se encontrava naquele local. A pancada foi de tal forma violenta, que o capacete não resistiu ao choque e partiu-se. A rapidez dos acontecimentos não permitiu que a direção da prova se inteirasse de imediato da gravidade da situação, tendo os pilotos percorrido mais uma volta antes da corrida ser cancelada. Apesar de prontamente socorrido e transportado para o Hospital de Santo Tirso, os clínicos de serviço limitaram-se a confirmar o óbito. A sua morte foi provocada por traumatismo craniano com afundamento.
Em sua memória.