Agostinho Mandim
Rafael nasceu a 8 de junho de 1956, no Lugar de Carvalho da
antiga freguesia de Nogueira.
Fascinado desde tenra
idade pelos motores, dedicou de forma apaixonada toda a sua vida ao desporto
motorizado, o qual acabaria por lhe ser fatal.
Devia ter à volta de
14 anos de idade, quando o pai lhe deu a sua primeira motorizada, uma Sachs
Minor. Entusiasmado com a máquina, começou por proceder a alterações no design
e no motor e depressa aprendeu a fazer cavalinhos e outras habilidades. Com o
tempo, outras motorizadas se seguiram, mais potentes e mais bem preparadas.
Tinha apenas 18 anos de idade, quando realizou a sua primeira corrida de motocross.
Foi em 9 de novembro de 1974, em Paços de Brandão, tendo ficado classificado em
2.º lugar na sua manga e em 4.º lugar na classificação geral. Preocupados com a
perigosidade a que o filho se expunha neste tipo de provas, logo que tirou a
carta de condução, os pais ofereceram-lhe o seu primeiro automóvel. Era um
Austin 1275 GT branco, com chassi rebaixado e carroçaria
alargada, possuindo no seu interior um potente motor. Era sem dúvida um carro
muito bonito, que fazia lembrar os protótipos das grandes marcas e que lhe permitia
atingir velocidades acima dos 200 Km/h. Qualquer tunning da
atualidade ficaria deliciado com esse carro. Mas nem isso foi suficiente para o
demover da paixão do motocross. Metia a mota na minúscula mala do
carro, amarrada com umas cordas, e lá ia ele para as provas.
Um ou dois anos depois
Agostinho Rafael passa a dedicar-se ao Karting, um desporto,
aparentemente, menos perigoso.
Adquire um Kart com um
motor de 125 cm3, refrigerado a ar, passando a frequentar as pistas da especialidade.
Era um piloto bastante rápido e regular, tendo ficado classificado em 4.º lugar
na Taça de Portugal, em 1984. Dadas as suas características de condução, era
conhecido no meio pelo Villeneuve português, por analogia com o malogrado
piloto canadiano de fórmula 1, Gilles Villeneuve, falecido em 1982.
No dia 22 de junho de
1986, disputou num circuito delineado numa fábrica de cereais, na Trofa, aquela
que viria a ser a sua última corrida. O acidente ocorreu pouco depois de ter
sido dado a partida para a Categoria Livre 125, tendo os pilotos percorrido uns
escassos duzentos metros e estando praticamente colados entre si. Agostinho
Rafael embateu no Kart do piloto que ia à sua frente, levando o seu Kart a
elevar-se de traseira e projetando o piloto contra um pilar em betão que se
encontrava naquele local. A pancada foi de tal forma violenta, que o capacete
não resistiu ao choque e partiu-se. A rapidez dos acontecimentos não permitiu
que a direção da prova se inteirasse de imediato da gravidade da situação,
tendo os pilotos percorrido mais uma volta antes da corrida ser cancelada.
Apesar de prontamente socorrido e transportado para o Hospital de Santo Tirso,
os clínicos de serviço limitaram-se a confirmar o óbito. A sua morte foi
provocada por traumatismo craniano com afundamento.
Em sua
memória.