sexta-feira, 5 de novembro de 2010

PEDRO MEUNIER

Pedro Meunier nasceu a 28 de Julho de 1956 em Coimbra. O seu ídolo como piloto estrangeiro foi Joel Robert que “conheceu” num livro de banda desenhada do Michel Vaillant e que lhe despertou o gosto pelo todo-o-terreno e pelo motocross, ainda antes de ter comprado a sua primeira moto, uma Casal 50 Cross no início de 1973, quando tinha 16 anos. Admirava na altura, como piloto nacional, Manuel Massadas.
A oportunidade de se estrear no motocross surge no início de 1975, mas de uma maneira pouco comum - pois a primeira prova de motocross em que participa é logo na classe de 250 - numa Montesa Cappra 250 VR, emprestada pelo seu amigo Fernando Cruz e Silva, também ele piloto de motocross. Isto aconteceu na pista de Sandim em Fevereiro de 1975 numa prova extra campeonato, as chamadas provas “pirata”. O objectivo seguinte era participar no campeonato nacional de motocross juniores 250 que tardava em começar porque a Federação Portuguesa de Motociciclismo tinha sido reorganizada após a revolução de Abril do ano anterior e os regulamentos para início do campeonato nacional de 1975 só sairiam em Maio. Até lá continuou a participar nas provas extra campeonato, o que lhe permitiu ganhar experiência e constituição física aos comandos da Montesa 250 com uma potência de 36 cv e um curso da suspensão dianteira de 16 cm e traseira de 9 cm apenas. E isto era a especificação de uma moto de competição de topo da altura, do mais avançado que estava à venda! Se compararmos com as especificações das motos de motocross actuais, especialmente o curso da suspensão, o corpo sofria bastante naquela época...
O ano de 1975 foi também um ano de “revolução” pois começavam a surgir em Portugal motos novas, dos últimos modelos, e o motocross estava a popularizar-se bastante.
Lembra-se que, numa prova do norte, a organização, para revolucionar também a entrega de prémios, em vez das tradicionais taças entregues aos pilotos, achou por bem entregar aos primeiros classificados na prova, em vez das taças, umas peças em louça, a representar uns cães e outros animais, enormes de cerca de 1 metro de altura. Os pilotos, à espera de levarem para casa as tradicionais taças, são “presenteados” com uns cães em louça! Mas esta ideia não pegou e, felizmente, as taças continuaram nas provas seguintes. A certa altura havia tantas provas, quase todos os fins-de-semana, que muitas vezes era difícil em optar por uma ou outra prova. E os organizadores para chamarem pilotos para as suas provas ofereciam prémios de participação muito atraentes. Os pilotos eram pagos no final em maços de notas de 20$00, que era o preço de cada bilhete pago pelos espectadores. Levavam para casa um verdadeiro “monte” de notas...
A partir Maio começa o campeonato nacional de motocross, dividido em zona Norte e zona Sul, com a finalíssima a disputar-se na pista de Águeda em 28 de Dezembro e onde Pedro Meunier se sagrou campeão nacional de motocross júnior 250 de 1975.
Em 1976 faz algumas provas do campeonato de motocross senior 250, em motos emprestadas por amigos, em KTM 175 e KTM 250. Em 1977 participa esporadicamente em provas e, nesse ano, abandona definitivamente o motocross para se dedicar aos estudos. Mais tarde, a partir de 1979, dedica-se ao enduro, modalidade que estava a dar os primeiros passos em Portugal.









Pedro Meunier: Campeão Nacional na categoria de 250cc Junior, 1975